PROIBIÇÃO DO USO DO TELEFONE CELULAR NA ESCOLA
O aparelho de telefone celular, apesar de já ser utilizado como ferramenta
pedagógica por alguns professores, é proibido por força da Lei Estadual nº 12.730/2007
que, em seu artigo 1.º assim se expressa: “Ficam
os alunos proibidos de utilizar telefone celular nos estabelecimentos de ensino
do Estado, durante o horário das aulas”. Em relação ao tema, o Decreto Estadual nº 52.625/2008, veio regulamentar o uso de telefone celular nos estabelecimentos de
ensino do Estado de São Paulo, proibindo, durante o horário das aulas, o uso do telefone celular por alunos
das escolas do sistema estadual de
ensino. O decreto, prevê que a desobediência ao previsto no artigo 1º acarretará
a adoção de medidas previstas em
regimento escolar ou normas de convivência da escola. Determinou ainda que caberá à direção da unidade escolar adotar
medidas que visem à conscientização dos alunos sobre a interferência do
telefone celular nas práticas educativas, prejudicando
seu aprendizado e sua socialização; disciplinar
o uso do telefone celular fora do horário das aulas e garantir que os
alunos tenham conhecimento da proibição.
No ano de 2017, a Lei Estadual nº
12.730/2007 foi alterada pela Lei n° 16.567/2017 que,
em seu artigo 1.º passou a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 1º - Ficam os alunos
proibidos de utilizar telefone celular nos estabelecimentos de ensino do
Estado, durante o horário das aulas, ressalvado o uso para finalidades
pedagógicas” (NR).
No ano de 2007, iniciou-se a
tramitação de um projeto de lei que tramitou no
Congresso Nacional com o objetivo de proibir o uso do celular
nas salas de aula das escolas de educação básica de todo o país. O projeto foi
aprovado em 2009 na Comissão de Educação e Cultura com o objetivo de “assegurar a essência do ambiente pedagógico
que deve prevalecer na escola”, uma vez que, segundo a relatora, os
professores e diretores se queixam do uso indevido e abusivo do aparelho. O
referido projeto de lei tramitou nas Comissões de Constituição e Justiça e de
Cidadania, sendo arquivado em 31/01/2011, nos termos do Artigo 105 do
Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Publicação no DCD do dia 01/02/2011
- Suplemento ao nº 14. (Inteiro teor)
É sabido que o telefone
móvel já faz parte da vida de mais de 50% da população brasileira
e isso inclui muitas crianças e jovens,
principalmente das escolas particulares, que detêm um maior nível
socioeconômico e, sendo assim, simplesmente proibir o uso
do celular em sala de aula pode criar um grande abismo entre a
escola e a vida pessoal dos estudantes, além de impedir a dinâmica no processo
de ensino-aprendizagem, haja visto que o bom uso do aparelho pode se tornar um
rico instrumento de aprendizagem.
Convém ressaltar que vivemos na era da
nanotecnologia, com a utilização de aplicativos e inúmeros recursos
tecnológicos concentrados num único aparelho, tais como: câmeras, gravador de voz, mapas, lanternas, tradutores, dicionários,
vídeos, além do acesso à internet. Isto posto, estar conectado em sala de
aula não necessariamente significa distração e perda de foco. Quando bem
direcionada, essa alternativa pode ser uma maneira muito eficaz de aprender
como pesquisar, coletar dados, fazer
referências e inteirar-se de assuntos atuais em tempo real. Ou seja, o aluno
acaba se tornando o protagonista do próprio aprendizado. Porém, para que isso
ocorra, é necessário fazer um planejamento focado em determinada atividade com
objetivos traçados previamente, adequando as atividades à faixa etária da
classe, além de conversar com a turma e deixar claro quais dispositivos serão
usados, os tipos de serviços e em quais momentos para que os alunos não
utilizem o aparelho em momentos inapropriados e tirem a atenção da aula. Além
disso, o uso do aparelho deve ser regulamentado pelas normas de convivência
escolar, previstas no regimento de cada escola. É importante considerar que as
atividades pedagógicas com celular podem ser realizadas em todas as disciplinas
curriculares, seja para fazer exercícios com fotos, vídeos, textos, músicas,
com recursos do próprio aparelho, como a calculadora, dicionário, pesquisas
etc. Dá para fazer muita coisa diferente que vai despertar a atenção,
curiosidade e conhecimento dos estudantes sem que a tecnologia atual atrapalhe
o bom andamento da aula e a aprendizagem dos alunos.
É importante
salientar que, no ano de 2013 a Unesco publicou um guia com 10 recomendações para
governos implantarem políticas públicas que utilizem celulares como recurso nas
salas de aula. O guia, apresentado em Paris na Mobile Learning Week,
traz ainda 13 bons motivos para ter o celular
como aliado na educação.
Segundo o
Coordenador do Projeto da UNESCO, cada país está em um nível diferente no uso
das tecnologias móveis em sala de aula e por isso, é importante que cada um use o guia adaptado às suas
necessidades locais. O especialista conta que a ideia de lançar essas
recomendações surgiu a partir da constatação de que, mesmo considerando o uso
das tecnologias em sala de aula algo pedagogicamente importante, muitos
governos não sabiam por onde começar. Para ele, a questão do acesso já está
avançada e o problema agora é dar significado a esse uso. Especialistas da
Unesco espalhados pelo mundo começaram a elaborar um guia com orientações que
servissem a qualquer governo, independentemente do grau de maturidade que o
país estivesse nesse debate. O documento começa orientando os países a terem políticas que incentivem o uso das tecnologias móveis em sala de aula. Isso pode
querer dizer tanto criar políticas da estaca zero ou ainda atualizar políticas
que foram criadas no momento em que as tecnologias móveis ainda não eram tão
acessíveis. Na sequência, o guia traz à luz a necessidade de se treinar professores e de fazer isso com o uso de
tecnologias móveis, para que eles também se apropriem dessas ferramentas na
vida deles. “No Brasil, os professores têm certa resistência em incorporar
novas tecnologias. A sala de aula ainda é o lugar de desligar o celular”,
afirma Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, que avalia
que parte disso se deve ao fato de o professor ainda não estar completamente
familiarizado com essas ferramentas. “Isso
faz com que muitas oportunidades educacionais se percam, especialmente no
ensino médio, época em que o aluno já está ligado e nas redes”. Outras
recomendações presentes no documento dizem respeito à criação de conteúdo adequado e à promoção do uso seguro e saudável das
tecnologias. Com essas orientações, acredita a Unesco, os governos estarão
mais próximos de usufruir dos benefícios do aprendizado móvel, dentre eles
ampliar o alcance e a equidade da educação e facilitar o aprendizado
personalizado.
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